terça-feira, 29 de janeiro de 2019

ALZHEIMER CONTINUA MISTÉRIO PARA MEDICINA

Acostumados a anúncios esperançosos e notícias decepcionantes os idosos temem entre outras tantas doenças características da idade, principalmente o Alzheimer. E não foi diferente quando recentemente pelo menos duas novidades apareceram anunciadas na imprensa como cura: O hormônio Irisina, que reverteria a perda da memória, e o Porphyromonas gingivalis, uma bactéria de doença gengival crônica, que seria causa e cura. Leia mais...


"A grande contribuição do nosso estudo foi mostrar que os níveis desse hormônio estão de fato diminuídos nos cérebros dos pacientes com Alzheimer. Em segundo lugar, foi tentar investigar se repor os níveis desse hormônio no cérebro dos camundongos seria bom para a memória. E nós vimos que, de fato, se você aumentar os níveis de Irisina, melhora a memória” explicou o professor da UFRJ, Sergio Ferreira, um dos autores do estudo. 

Ele restaura a verdade quando lembrou que ainda não há tratamentos muito eficazes para a doença de Alzheimer, as terapias existentes não alteram o curso da doença e que por isso as estratégias de prevenção se tornaram muito importantes.

O Laboratório de Doenças Neurodegenerativas da UFRJ que comemora a descoberta foi criado em 2006 e conduz pesquisas sobre diversas doenças do cérebro, incluindo as doenças de Alzheimer e Parkinson. A equipe formada por 20 pesquisadores junto de mais cinco colaboradores estrangeiros trabalhou no novo processo e as conclusões do estudo inédito com Irisina, produzido pelos músculos durante exercício físico, foram publicadas na revista ‘Nature Medicine’.

Já as expectativas com a bactéria da doença gengival vêm de um novo estudo, da Cortexyme, uma empresa farmacêutica da Califórnia (EUA). Seus pesquisadores encontraram as enzimas tóxicas que a bactéria P. gingivalis usa para se alimentar de tecido humano, em 96% das 54 amostras de cérebro com Alzheimer que analisaram.

Em um experimento, a equipe da Cortexyme infectou ratos e observou que a bactéria levou a infecção cerebral  e dano neural nas regiões e nervos normalmente afetados pela doença de Alzheimer. Os ratos foram tratados com a enzima descoberta pela Cortexime e isso reduziu as infecções diminuindo a inflamação cerebral e até curando neurônios danificados.

O sucesso conseguido, no entanto, não pode ser uma proclamação de cura do Alzheimer. A Cortexyme conclui que as experiências passaram nos testes iniciais de segurança com humanos em outubro passado e anuncia que no final deste ano lançará um teste maior do medicamento, procurando P. gingivalis no líquido espinhal e checando melhorias nos pacientes escolhidos para as amostragens.

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Obrigado por sua participação.
Marque abaixo a caixa "Notifique-me" e receba aviso de atualização em seu e-mail.