sábado, 26 de janeiro de 2019

"NINHO VAZIO" LEVA CHINESES A LAR DE IDOSOS

Alterações bruscas de comportamento que a cada dia surpreende mais o mundo chegaram a China e sua cultura milenar. Na sociedade cada vez mais envelhecida agora os chineses que alcançam a velhice optam por residências seletas, que hospedam idosos. O governo chinês subsidia lares públicos diminuindo os custos para os idosos moradores e já incentiva com políticas tributárias o investimento privado nesse setor. Leia mais...

Quem ainda tem na memória a tradicional imagem da família chinesa com filhos cuidadosos reverenciando os pais não pode acreditar que hoje os idosos, distanciados dos filhos, buscam lares comunitários, fugindo da solidão.

A China da cultura familiar cinematográfica, com seus personagens longevos que povoa o imaginário popular ocidental, herdou o problema e a solução dos problemas trazidos pelo aumento da expectativa de vida humana. O país do controle da natalidade, de apenas um filho, agora também já está conhecendo o fenômeno do “ninho vazio” ...e os lares para pessoas da terceira idade.

Em Pequim a modernidade mostra hoje os idosos se recolhendo a lares coletivos, condomínios e vilas preparadas para convivência na senilidade, um mercado que atrai cada vez mais investidores, quase que na mesma proporção do publico potencialmente interessado.

“No passado, os filhos tomavam conta dos pais quando estes envelheciam. Mas a política demográfica que limitava a cada casal apenas um filho fez com que as tradições mudassem, já que toda a carga dos cuidados com os idosos teria de ser carregada por um só descendente” explica a jornalista Eva Xiao, que recentemente escreveu sobre o tema.

Ainda segundo ela, de acordo com um relatório oficial, em 2050 um terço dos chineses terá mais de 60 anos de idade, ou seja: 487 milhões de pessoas. Para Eva, a ideia de que os filhos cuidem dos pais, na velhice, tem milhares de anos mas à medida que a sociedade se desenvolve, isso muda.

O chines é um povo conhecido pela longevidade e pelo cuidado familiar com os mais velhos e por isso surpreende a escolha dos idosos, preferindo viver em lares distintos. Contudo, a migração de jovens em busca de melhores empregos e maiores salários refizeram antigos conceitos e hoje o cuidado com os idosos é uma responsabilidade transferida para a sociedade.

Os novos tempos, no entanto não, exime os familiares de suporte emocional para os idosos. Desde 2013 uma lei invoca a tradição dos filhos cuidarem dos mais velhos e determina que membros da família que vivam longe de seus pais devem visitá-los ou pelo menos manter contatos com freqüência.

O Brasil que  até 2025 deverá ter 31,8 milhões de pessoas com mais de 60 anos e que ano a ano despenca no índice mundial de qualidade de vida para idosos, o tema parece não merecer muita atenção. A Prefeitura de Nova Andradina (MS) entregará em breve um condomínio de 20 residências, projetado para pessoas com mais de 60 anos.

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