sexta-feira, 29 de março de 2019

PREÇOS DE REMÉDIOS MATAM OS APOSENTADOS


“Remédio é bom negócio, como o prova a permanente expansão das redes de farmácias, cada vez mais numerosas e lucrativas. Para os brasileiros que arcam com esses gastos, são um custo igualmente crescente, com o qual muitos não podem mais conviver, com o qual muitos não podem arcar”...




Enfim uma voz lúcida no Congresso, em defesa da manutenção da saúde principalmente dos idosos. O senador Plínio Valério (PSDB-AM) criticou assim o reajuste anual dos preços dos medicamentos. Ele lembrou que a indústria farmacêutica obteve aumentos de quase 100% em 15 anos e que os idosos são os mais sacrificados com os aumentos do preço dos remédios, para comentar que  de acordo com Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) o aumento este ano será de 4,46%.

O senador apontou para o peso do custo dos remédios no orçamento dos idosos um estudo feito pela Faculdade Doctum, de Vitória (ES), de acordo com o qual os gastos com saúde podem chegar a 57% do orçamento familiar para idosos com renda média de R$ 5 mil, mais do que é gasto com alimentação, na faixa de 20%.

O senador explicou que, entre 2005 e 2018, os remédios tiveram reajuste correspondente a 86,99% . Somando a esse percentual o reajuste deste ano, o aumento no período poderá chegar a 90%, o que levou o gasto dos que precisam fazer uso de medicamentos a duplicar no período.

— É injusto, é imoral, e quem pode fazer alguma coisa se recusa a fazer. Compete a nós, pelo menos aqui da tribuna desta Casa, reclamar. É o que eu acabo de fazer— disse Plínio Valério.

— É injusto, é imoral, e quem pode fazer alguma coisa se recusa a fazer. Compete a nós, pelo menos aqui da tribuna desta Casa, reclamar. É o que eu acabo de fazer— disse Plínio Valério.

Apesar da crise fiscal e do corte de orçamento federal, estima-se que em 2021 o Brasil será o quinto maior mercado mundial de medicamentos. O estudo do Inesc chama a atenção para o fato de que “o acesso precário a medicamentos em decorrência da pobreza contrasta com o tamanho e dinamismo do setor farmacêutico no Brasil.

Além disso, o estudo lembra que o setor farmacêutico é agraciado com crescentes subsídios do governo pela via dos gastos tributários.  São recursos anuais superiores a R$ 9 bilhões, que são concedidos sem que a população saiba que empresas são beneficiadas e com que valores.

Contrapondo a tudo isso a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), da Senado Federal, estará votando nos próximos dias Projeto de Lei que concede a aposentados e pensionistas um desconto de 50% na compra de medicamentos. Apresentado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), caso aprovado, o texto poderá seguir para a análise da Câmara dos Deputados. De acordo com o projeto, o desconto será subsidiado pelo governo federal no âmbito do programa Farmácia Popular, que é mantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

VALE A PENA SABER


A Academia de Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas convocou estudantes e profissionais da área jurídica e médica em torno de questões relacionadas ao chamado Direito Médico para o Encontro Amazonas de Direito Médico - Autonomia do paciente em fim de vida, onde se discutiria Distanásia, relação médico-paciente, terminalidade de vida, escolhas do paciente terminal e testamento vital.

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