sexta-feira, 15 de março de 2019

ARNALDO ANTUNES NÃO CONSEGUE ENVELHECER


O roqueiro Arnaldo Antunes, em 2009, então, ainda sem saber que era  um jovem de 49 anos de idade, cantou “a coisa mais moderna que existe nesta vida é envelhecer”. E ele também não sabia, com certeza, dos indicativos e das estatísticas de novos alcances da longevidade que já existiam, mas acertou, em cheio, no conceito dos versos que criou para a música Envelhecer...


Naquela época o Brasil ainda não havia se dado conta do alcance do tema, embora desde a Década de 80 o fenômeno da longevidade crescente já fosse observado em vários países. Era um processo de envelhecimento rápido, causado pela baixa natalidade e um aumento crescente na expectativa de vida humana.

O mundo moderno de então se preocupava, porém, com novas tecnologias capazes de oferecer cada vez mais conforto e comodidade às famílias, e a medicina “corria atrás do prejuízo”, com doenças características do corpo esgotado mas ainda com vida, uma conta do mundo mais longevo.

Medicina preventiva, vacinas, curas para doenças graves, exercícios físicos recomendados mudaram o conceito de velhice antes reservado aos 60, e hoje já se fala na Quarta Idade (80) e não causa mais espanto pessoas com 100 anos de idade, ou at´[e mais,  os chamados Seculares.

Arnaldo, hoje quase sexagenário, com os ralos fios de cabelo sobre a testa que não pára de crescer, como se projetou  para os tempos atuais naquele 2009, embora com ironia, antecipou em versos o seu próprio futuro e ainda alinhou alguns dos principais desafios dessa agora Quarta Idade: idosos com auto-estima e resiliência. 

“No envelhecimento, além de doenças, incapacidades e declínios, também se concebe aspectos positivos e potencialidades manifestadas de forma heterogênea entre os idosos. Percebe-se, nessa população, a resiliência e a auto-estima, configurando-se como fatores de proteção para uma velhice bem sucedida” define um estudo da Faculdade Federal do Rio Grande do Norte.

A equipe que produziu a pesquisa Resiliência e a Auto-Estima em Idosos assistidos na Rede de Atenção Básica de Saúde em Natal /RN buscava fatores de proteção que permita um envelhecimento saudável.

Os pesquisadores observaram então que a auto-estima positiva é ligada à resiliência e um importante fator de proteção, capaz de auxiliar no  desenvolvimento da adaptabilidade, segurança, autonomia e criatividade para superar o infortúnio.

“Não quero morrer pois quero ver como será que deve ser envelhecer, eu quero é viver pra ver qual é e dizer venha pra o que vai acontecer” canta Arnaldo, ainda aqui, vendo como é envelhecer e qual é, e esperando o que vai acontecer.
Ouça a música Envelhecer

VALE A PENA SABER
Violência contra idosos é um fenômeno “escondido” crescente. Quase sempre as vítimas dependem do seu agressor e por isso termina minimizando ou negam comportamentos agressivos. A tendência de infantilizar os idosos não os levando a sério contribui para o silêncio das vitimas.

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