“O tema dos idosos é um tema que está no coração do Papa Francisco. De fato, Francisco já nos alertou várias vezes sobre o fato de termos normalizado a exclusão dos nossos idosos. Enquanto que é necessário, mudar a rota “promovendo seus direitos” e “reconhecendo sua contribuição”. Esse foi o recado de dom Bernardito Auza, Observador Permanente da Santa Sé junto à ONU, em reunião recente em Nova York, sobre o tema "Promoção e tutela dos direitos humanos dos idosos"...
Muitas vezes os idosos são vistos como um peso pelos governos e pela sociedade porque não são produtivos. Essa é a constatação manifestada pelo núncio apostólico que recordou que as pessoas mais velhas são as que mais sofrem pelo “peso da pobreza, da violência, do abandono, do abuso e da falta de acesso a recursos de base como alimentos e habitação adequada, e uma assistência de saúde de qualidade”.
Dom Bernardito comentou os eixos da reunião, “Instrução, formação, aprendizado permanente e reforço das capacidades” e “Proteção social e segurança social” lembrando que o primeiro visa promover o respeito pela sabedoria da idade avançada e o valor da plena participação dos idosos.
Sobre o segundo ele disse que são cuidados muitas vezes negados por causa de uma visão imediatista da sociedade que os coloca no fundo da escala das prioridades políticas “porque não são mais considerados membros produtivos e úteis”.
Para o núncio, segundo o site Vatican News, é preciso garantir-lhes o cumprimento das necessidades primárias. “A falta de proteção, apontou, “ mais evidente de maneira trágica nos lugares onde a eutanásia e suicídio assistido causam a morte de anciãos doentes e vulneráveis”.
“Se os jovens são chamados a abrir novas portas, os idosos têm a chave”, a frase do Papa Francisco na festa da Apresentação de Jesus no Templo, em dois de fevereiro de 2018, foi lembrada pelo núncio para pedir a solidariedade entre gerações e respeito dos direitos em todas as fases da vida. Em 2015 o Papa Francisco já havia lembrado o tema citando que, graças ao progresso da medicina a vida humana aumentou, mas o coração não cresceu, para alertar ser o abandono de idosos um pecado mortal.
Dom Bernardito finalizou sua participação afirmando que mais do que elaborar uma nova convenção específica para a pessoa idosa, a comunidade internacional deve se esforçar para garantir que as normas já existentes no Direito internacional sejam plenamente promovidas e garantidas em todas as fases da vida.
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